Os registros cita o
francês Pierre Gilly (Assessor da Associação Regional das Casas Familiares
Rurais – ARCAFAR Sul) com passagens nestas duas regiões apresentando os
elementos pedagógicos das Casas Familiares Rurais (CFR´s).
As organizações
implantaram em 1995 no município de Medicilândia a primeira Casa Familiar Rural
(CFR) formação de jovens agricultores/as que utiliza a Pedagogia da
Alternância. Depois foi criada a Associação Regional das Casas Familiares
Rurais – ARCAFAR Norte e Nordeste, as CFR´s se espalharam em o todo estado
através de convênio com o Governo do Estado e BNDES, destaque para o programa da
Fundação Viver Preservar Produzir (FVPP/Altamira). www.fvpp.org.br
O marco inicial da
Escola Família Agrícola (EFA) e da Educação do Campo na região de Marabá é o I
Encontro de Jovens Camponeses, realizado em outubro de 1993, pela Fundação
Agrária do Tocantins Araguaia (FATA) no âmbito do Programa Centro Agroambiental
do Tocantins (CAT), em conjunto com seus Sindicatos dos/as Trabalhadores/as
Rurais (STTR´s).
No Pará a primeira EFA
está localizada em Afuá esta mantém articulação com Rede do Amapá, criada em
1992.
A EFA iniciou seu
funcionamento em 18 de março de 1996 (manteve seu funcionamento até 2011), formou
vários jovens em agricultores/as técnicos/as ou agentes de desenvolvimento
rural sustentável fundamentada na Pedagogia da Alternância, colaborou com a
construção da Educação do Campo na região, serviu de base para o nascimento do
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA – Campus
Rural), esta instituição desenvolve cursos de Educação Profissional em níveis
médio e superior para os camponeses e indígenas populações historicamente
agredidas pelos grandes projetos de interesse do capital. http://www.ruralmaraba.ifpa.edu.br/
As EFA´s não
conseguiram se expandir na região sudeste do Pará, houve discussões e
tentativas de funcionamento, mas, somente em Parauapebas a partir de 2002, foi
implantada uma escola que passa por dificuldade por falta de espaço e apoio
institucional da Prefeitura.
As Conferências, o
Fórum Regional e as organizações tem permitido continuar a história rumo a uma
Política Pública de Educação do Campo, em Marabá e região Araguaia - Tocantins,
na floresta, na aldeia, no acampamento, no assentamento, ou seja, para os/as
camponeses/as e indígenas. http://www.frecsupa.net.br
Considerando o êxito da
Pedagogia da Alternância nascida na França em 1935, no Brasil em 1969, e no
Pará na década 1990, com seus avanços e desafios, o projeto continua vivo, e
será retomado a sua Articulação na região de Marabá. http://www.unefab.org.br/
Para comemorar os 20
anos da Pedagogia da Alternância em Marabá serão feitas as seguintes
articulações:
Debater com o movimento
sindical camponês Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará
(FETAGRI-PA) Regional Sudeste e Fundação Agrária do Tocantins Araguaia (FATA) e
outras entidades ligadas à Reforma Agrária e a Agricultura Familiar (FERA);
Articular arranjos
institucionais com a Prefeitura Municipal de Marabá (Secretarias de
Agricultura, Meio Ambiente e Educação), Governo do Estado (Agricultura/SAGRI, Educação/SEDUC,
IDESP e Extensão Rural/EMATER) e Universidade Federal do Pará (UFPA) através
dos seus organismos: campus local, Ciência Agrárias/NCADR entre outros. Objetivando
o funcionamento de um programa semelhante ao Centro Agroambiental do Tocantins
(CAT) coordenado por mais de 10 anos pelo sociólogo Jean Hébette.
As ações começarão com
o funcionamento da EFA (que receberá o nome de um pesquisador que estuda o
campesinato da Amazônia) voltada para proporcionar Educação do Campo Básica
(Ensino Fundamental) para jovens rurais, com a consolidação das parcerias terão
Formação Sindical, Extensão Rural e Universitária entre outras.
Realizar em outubro de
2013 um Encontro de Jovens Camponeses para celebrar os 20 anos da Pedagogia da
Alternância na região e discutir o “Projeto Futuro do Jovem” considerando o
contexto atual com forte avanço do capital através de seus grandes
empreendimentos minerais, hidrelétricos, madeireiros. Este evento poderá ser
junto com a região de Altamira, idéia ainda a ser discutida.
Lançada a semente, vamos
ajudar no debate, defesa e consolidação desta utopia. Na luta por uma política
pública de Educação do Campo, com ações na Básica e com a Pedagogia da
Alternância.
Publicado
originalmente no Jornal Opinião, Marabá – Pará, 24 e 25 de janeiro de 2013,
Edição: 2283, p. 2.
Damião Solidade dos Santos
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