Damião Solidade dos Santos[2]
Aqui nos
referimos as Alternâncias no campo pedagógico, no âmbito da educação. Não, no
político “que para ser democrático prever a alternância de poder”.
Impossibilitado de está presente no evento denominado III
Seminário do Observatório da Educação do Campo, que acontece dias 2 e
3 de julho, apresentamos aqui uma
contribuição e saudação. Referimo-nos a palestra: “Pedagogia da Alternância e
Alternância Pedagógica nos cursos superiores de Educação
do Campo” que será proferida na Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará (UNIFESSPA), em Marabá pela professora Lourdes Helena Silva da Universidade
Federal de Viçosa – Minas Gerais.
Conhecemos a
referida professora desde o I Seminário Internacional da Pedagogia da Alternância,
realizado de 03 a 05 de novembro de 1999. Criado na ocasião um grupo de
professores/as para se aproximar e trabalhar a metodologia das EFAs e CFRs.
Neste evento participaram do estado Pará William Santos Assis, Marizete Fonseca
da Silva e Rose Martins Tavares. Estava concluindo a sua tese de doutorado “Representações sociais da relação Escola-Família no
universo das experiências brasileiras de formação em Alternância”, defendida em
2000. Inclusive estudou as origens da metodologia na França.
Para Lourdes
Helena “a temática da Pedagogia da
Alternância não apenas permanece atual, como vem tendo a sua popularidade
ampliada no cenário educacional brasileiro. A multiplicação e consolidação dos
Centos Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs) e o reconhecimento do potencial
educativo da proposta pedagógica, sobretudo no âmbito do Movimento da Educação
do Campo, contribuíram para uma disseminação e utilização da Alternância para
além das Escolas Família Agrícola e Casas Familiares Rurais” (SILVA, 2012, p.
13).
Para o
professor João Batista Pereira de Queiroz a “Alternância está ganhando
visibilidade na sociedade e despertando interesse no campo educativo, tanto
como prática educativa, como objeto de investigação e de pesquisas” (QUEIROZ,
2013, p. 138).
Como a
própria autora reconhece “o trabalho as
experiências de formação de jovens do campo: alternância ou alternâncias? Constitui
um dos trabalhos que aborda os fundamentos teóricos da Alternância, em seu
propósito de analisar as modalidades e práticas de Alternância de dois centros
de formação: EFA e CFR. Partindo da identificação e análise das representações sociais
dos sujeitos envolvidos nas experiências educativas (pais, educadores, educandos),
o estudo busca apreender a relação educativa escola família e caracterizar os
tipos Alternâncias presentes em nossa sociedade no Brasil” (SILVA, 2013, p. 174).
Para Pedro
Puig Calvó os pilares nos quais se baseiam as EFAs que se desenvolvem pelo
mundo são: uma associação; uma metodologia pedagógica especifica: a alternância
integrativa entre meio sócio-profissional e o centro escolar; a educação e a
formação integral da pessoa; o desenvolvimento do meio local através da
formação de seus próprios atores.
Os próprios
teóricos da Pedagogia da Alternância reconhecem: “a Pedagogia da Alternância
não é monopólio de nenhuma entidade, movimento ou sistema educativo ou de
formação” e diz mais “existem muitas formas de aplicar e, portanto compreender
a Alternância enquanto pedagogia está em construção, em movimento, porque parte
da realidade mutante, o que significa que está se recompondo constantemente”
(PUIG CALVÓ & GIMONET, 2013, p. 42).
Vale
ressaltar que a história da Pedagogia da Alternância na região sudeste do Pará
inicia na década de 1990 com articulação, implantação e funcionamento da EFA de
Marabá (1993 – 2010), que em conjunto com outras organizações e a universidade
realizaram a I Conferência de Regional Educação Rural (2001), gênese do Fórum Regional
de Educação do Campo (FREC), colaboração nos cursos do PRONERA e na criação da
Escola Agrotécnica de Marabá (atual IFPA – Campus Rural).
No momento
uma demanda necessária no sudeste paraense é a oferta do Curso de Formação
Inicial de Monitores/as das EFAs, neste sentido temos iniciado contatos com a
UNIFESSPA e IFPA para execução de um projeto.
Em relação à
matriz curricular dos cursos de licenciatura e especialização, entendemos ser
necessária a inclusão da temática Pedagogia da Alternância, com base em experiências
desenvolvidas nas universidades: UCB, UFMG. A nossa saudosa “ciências agrárias”
contemplava.
Parabenizamos
a coordenação do evento e demais pessoas envolvidas, em nome da das professoras
Maura Pereira dos Anjos e Nilsa Brito Ribeiro, por
pautar a temática da Pedagogia da Alternância no âmbito da Universidade.
Desde 2013
retomamos este debate e ação da Pedagogia da Alternância de forma pública e
participativa, e partir de 2014 através da Secretaria Municipal de Educação de
Marabá (SEMED) voltou a funcionar a EFA Professor Jean Hébette.
Estas ações
(eventos) contribuem para que em breve se realize a VI Conferência Regional de
Educação do Campo, o próprio funcionamento Fórum (FREC) se fortalece. Vamos
juntos em prol do fortalecimento da Educação do Campo.
Referências
BEGNAMI, J. B.; DE
BURGHGRAVE, T. (Orgs.). Pedagogia da
alternância e sustentabilidade. Orizona (GO): UNEFAB, 2013. 279 p. (Coleção
Agir e Pensar das EFA´s do Brasil, 2).
SILVA, L. H. As experiências de formação de jovens do
campo: alternância ou alternâncias? Edição
atualizada. Curitiba, PR: CRV, 2012.
188 p.
[1] Publicado originalmente no Jornal Opinião, Marabá– Pará, 2 e 3 julho
de 2015, Edição: 2.609, p. 2. Blogs: http://www.gazetando.com.br/2015/07/um-debate-sobre-educacao-do-campo.html?spref=fb
[2]Um
dos fundadores da EFA de Marabá e membro da Equipe Pedagógica Nacional da
UNEFAB. dsolidade@bol.com.br
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