PT racha em Marabá para ter a Secretaria de Educação
Ulisses Pompeu – de Marabá
Ainda nem aconteceu a diplomação nem mesmo a
cerimônia de posse e o Partido dos Trabalhadores (PT), aliado de
primeira hora do futuro governo de João Salame Neto (PPS) já expõe suas
divergências internas e mostra que a legenda pode ser mesmo uma
preocupação para o novo gestor municipal e um pesadelo para o Diretório
Municipal do Partido.
Passada a eleição, as quatro tendências do PT em
Marabá: PT pra Valer, AS (Articulação Socialista), DS e Unidade na Luta
começaram a discutir quem iria assumir a Secretaria Municipal de
Educação (Semed), que sozinha tem um orçamento superior a R$ 150
milhões, o maior da Prefeitura de Marabá.
Na última sexta-feira, 8, deveria acontecer uma
reunião extraordinária para decidir quem assumiria a Semed, se o
presidente do Diretório, Luiz Bressan, da PT pra Valer, ou Antônia
Carvalho, da AS. A reunião acabou sendo adiada para sábado à tarde, na
Câmara Municipal, com a participação de apenas 22 dos 33 membros do
Diretório Municipal. Vários membros do partido criticam a reunião e
alegam que ela só aconteceu com pessoas ligadas à tendência PT pra
Valer.
As discussões se acaloraram ao ponto de o Sintepp
(Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Pará) Subsede de
Marabá divulgar uma nota no início da tarde de ontem, segunda-feira, 10,
em que critica a indicação de Bressan para a Semed e tece duras
críticas ao posicionamento do vice-prefeito eleito, Luiz Carlos Pies.
“Com todo respeito a nossa categoria e a sociedade
marabaense, queremos deixar claro que não podemos nos calar diante do
impasse criado em torno da Secretaria Municipal de Educação. Luiz
Carlos, o vice-prefeito eleito, tem sufocado a todos com o seu desejo de
mandar na Semed. O mesmo está passando dos limites e centraliza todos
os poderes de decisão em suas mãos e não quer permitir que as demais
forças políticas e muito menos os trabalhadores em educação, opinem
sobre quem será o novo secretário”.
Em outro trecho, a nota diz que “Toinha do PT foi a
única vereadora eleita por seu partido, mesmo sem o apoio do PT pra
valer do Sr. Luiz Carlos, que investiu pesado na candidatura de Bressan.
Imagine se o vice precisasse dos votos proporcionais para garantir a
sua eleição? Temos certeza que não estaríamos passando por este
problema, pois não temos dúvidas de que Luiz Carlos não teria chegado
nem para vereador. Diferente de Luiz Carlos e seu grupo, Toinha do PT já
militou como coordenadora geral do Sintepp de Marabá e exatamente por
isso tem o conhecimento necessário sobre as nossas lutas e
reivindicações históricas”.
Procurada pela Reportagem do blog ontem à noite,
Toinha disse que tomou conhecimento da nota do Sintepp no final do dia
de ontem. “O Sintepp coloca sua percepção do processo, estão
acompanhando tudo antes mesmo da eleição e uma situação como esta não
pode ser definida em uma reunião do diretório. O assunto não passou pela
Executiva, que deveria convocar os membros e definir a pauta”.
Para ela, essa polêmica apenas coloca o prefeito em
uma situação de constrangimento, porque numa escolha de secretário tem
de levar em consideração os critérios técnicos e políticos e que seja um
nome aprovado pela categoria. “Sem falsa modéstia, meu nome sairia na
frente porque é o mais indicado pelos educadores”, avalia, dizendo que
deverá reunir as tendências hoje para avaliar uma nota ao Diretório
Estadual e bancada para mostrar o repúdio.
Versão de Bressan
O cenário colocado no processo de aliança antes da
eleição foi a Educação e uma de menor porte. Todavia, na reunião do
último sábado, segundo Luiz Bressan, foram apontado os nomes de Marcelo
Alves (Turismo), Ademir Martins (Administração) e ele, Bressan, para a
Educação.
Solicitado a avaliar a nota do Sintepp, na noite de
ontem, Bressan alegou que não tinha conseguido ter acesso a mesma e que
só vai se manifestar oficialmente após a análise do documento. Em
relação às críticas da vereadora Antônia Carvalho, ele disse que tudo
está registrado em ata. “Quem se recusou a convocar o Diretório foi ela.
O estatuto do partido permite que um terço dos membros do diretório
convoque uma reunião extraordinária, que foi o que aconteceu e não houve
ilegalidade”, justifica.
Apesar disso, as demais tendências dizem não
reconhecer a reunião do diretório, que vão se queixar à direção estadual
do PT e podem até pedir para o prefeito eleito João Salame não mais
entregar a pasta ao partido.
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