Diagnóstico demonstra a situação rural em Canaã dos Carajás
Um diagnóstico rural participativo elaborado pela Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a
Prefeitura Municipal de Canaã dos Carajás, sudeste paraense, e o
Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ajuda a identificar as principais
dificuldades e de que forma poderão ser realizadas atividades que ajudem
a melhorar a produção agrícola no município.
O diagnóstico,
construído durante três meses, foi realizado a partir de visitas nas
propriedades rurais, principalmente por conta da redução de produção nas
lavouras, Segundo dados da Emater, a implantação de grandes projetos de
mineração causaram impactos, sociais, ambientais e produtivos no
município.
A expectativa
inicial é que de 40% a 50% das áreas de produção agrícola já não existam
mais, uma vez que as terras foram negociadas com a mineradora pelos
agricultores. A ação gerou problemas com a vegetação nativa e
consequentemente desmatamento além de prejuízos ao solo o que diminuiu a
produtividade nas lavouras.
Os levantamentos feitos junto aos
agricultores dão conta de que a maior dificuldade enfrentada hoje no
campo e a instabilidade das famílias por conta dos projetos de
mineração. Algumas famílias de agricultores já têm pelo menos 50 anos
nas propriedades.
Entre as propostas da Emater está a
realização de um seminário com órgãos governamentais e demais parceiros
como o STTR e associações, para apresentar propostas que ajudem a mudar a
situação rural do município. “ Aqui já fomos o maior produtor paraense
de feijão carioquinha, por exemplo, hoje temos que comprar o grão porque
a produção não existe mais”, disse Raimundo Conceição, técnico da
Emater.
Para o presidente do STTR de Canaã dos Carajás, a
instituição tem grandes expectativas de desenvolver atividades que mudem
a realidade dessas famílias, muitas quase sem condições de sobreviver
depois que venderam as terras. “ A maioria dos agricultores que venderam
as áreas ainda acumulam dívidas bancárias, precisamos de políticas
públicas, incentivos”, disse Ribamar.
Texto: Iolanda Iolanda Lopes
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