Nos dias 22 e 23, de Agosto de 2013, o Jornal Correio do Tocantins, noticiou em duas extensas reportagens consecutivas nas edições nº 2.561, dia 22 a 23 e edição nº 2. 562 dia 24 a 26 ambas do mês de Agosto de 2013. Noticiou que a FATA, local onde funcionou a Escola Família Agrícola – EFA, encontrava - se abandonada. O estranho na reportagem é que o jornal em nenhum momento entrou em contato com a direção da FATA ou da FETAGRI Regional para que pudessem acompanhar o repórter até as instalações da FATA. Pior ainda é que a pessoa que acompanhou o repórter, não se qualifica quanto representante de qualquer instância da Fundação ou da EFA e sequer solicitação alguma foi feita com relação a autorização para ingressar em uma área particular. Pelo que se constata a partir do que foi publicado, há indícios claros de que a referida pessoa tem interesses claros de incentivar um processo de ocupação da área como parte de uma estratégia eleitoreira, articulada com lideranças políticas, por motivos dos embates visando às eleições internas do PT.
Indagamos o fato do atual presidente do PT de Marabá senhor Sebastião Alves de Souza se manifestar apoiando essas infâmias declarações. Gostaríamos de saber se as declarações e participação do presidente do PT representa os interesses e a posição do Partido dos Trabalhadores de Marabá. A dois anos atrás boatos com os mesmo objetivos denunciavam que a direção da FATA tinha vendido o espaço, informação divulgada por pessoas sem qualquer compromisso com a verdade dos fatos que agora buscam a qualquer custo destruir o patrimônio dos trabalhadores/as rurais da região, os ataques demostram claramente o desespero de quem propagandeou perspectivas e projetos em nome da Escola Família Agrícola-EFA , sem qualquer discussão com os legítimos responsáveis pela instituição.
Frente à essa situação viemos a público esclarecer:
1 - A FATA, foi fundada em 1988 e hoje pertence a 17 Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da região Sudeste do Pará, representados pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Pará- FETAGRI/PA. Seu objetivo desde sua fundação foi voltado para a formação de trabalhadores e trabalhadoras rurais tendo como principal finalidade o fortalecimento da Agricultura Familiar regional. Focando o debate não somente na luta pela posse da terra, mais também no que diz respeito à permanência dos agricultores e agricultoras no campo, com respeito a natureza e qualidade de vida a partir de um conjunto de politicas publicas: saúde, moradia, esporte, cultura, lazer e de um projeto educacional que reconheça e dialogue com as realidades dos sujeitos que vive nas comunidades rurais e da organização, beneficiamento e comercialização da produção familiar regional.
2- A entidade sempre centrou sua atuação em duas frentes:
a) formação politica e produtiva para lideranças sindicais, associativa, cooperativas e para o conjunto de agricultores/as familiares.
b) educação para os filhos dos agricultores/as assentados da reforma agraria, e de comunidades tradicionais, através da Escola Família Agrícola da região Sul e Sudeste do Pará. Por ser uma instituição sem fins lucrativos, a primeira frente de ação da fundação sempre foi financiada com recursos de projetos de entidades parceiras internacionais e a segunda por convênio com o Governo Federal e com contribuição de algumas prefeituras da região. Na última década as entidades parceiras internacionais redirecionaram seus projetos de apoio para outros continentes mais pobres. Com isso, suspenderam ou encerraram seus projetos no Brasil. Em relação à educação de filhos de agricultores/as familiares, em 2009 foi implantado em Marabá o Instituto Federal do Pará- Campus Rural de Marabá-IFPA/CRMBA, instituto voltado para a formação de jovens rurais. É importante reafirmar que o projeto político pedagógico da EFA/FATA foi referencia na construção do Projeto Político Pedagógico do IFPA-CRMBA, proposta essa apresentada ao ministério de Educação no ano de 2005 sendo esta implementada como politica publica do governo Federal a partir de 2009. Neste sentido essa ação sempre foi uma bandeira de luta pautada pela FETAGRI, FATA e seus sindicatos nas sucessivas mobilizações e acampamentos organizados pelo conjunto de trabalhadores/as rurais do Sul e Sudeste do Pará.
Essa nova conjuntura aliada às dificuldades de acesso a recursos, levou ao fechamento do projeto da EFA em 2011.
3 - Frente aos desafios da nova conjuntura os 17 Sindicatos de Trabalhadores/as Rurais filiados a Fundação Agrária do Tocantins Araguaia- FATA e a FETAGRI Regional Sudeste tomaram algumas decisões que estão em fase de implementação em relação à FATA que passará a funcionar a partir dos próximos meses:
a) A sede da FETAGRI regional. Que hoje funciona na Nova Marabá FL-27 Quadra-07 Lote-07 está em processo de mudança para o espaço da FATA. Com isso a referência de atendimento da FETAGRI Regional Sudeste passará a ser na sede da FATA. Também através da ENFOC - Escola Nacional de Formação da CONTAG, já vem se desenvolvendo um amplo processo de formação para dirigentes e lideranças de sindicatos, associações, cooperativas e para jovens filhos de agricultores e agricultoras/as de centenas de ocupações, assentamentos da reforma agraria e comunidades rurais das regiões do sul e sudeste do Pará atividades essas realizadas nos municípios pela equipe Pedagógica da FATA/FETAGRI.
b) A sede da FECAT (Federação das Cooperativas da Agricultura Familiar do Sul do Pará). Que concentra hoje na produção e beneficiamento de frutas dos agricultores/as familiares dos municípios do sul e sudeste do Pará. Ira construir uma nova agroindústria na área da FATA, ampliando assim o processo de armazenamento e comercialização da produção familiar regional. Além da implementação de um espaço de formação, pesquisa e produção de mudas agroflorestais e frutíferas para fomentar o reflorestamento dos lotes de agricultores/as assentados nos mais de 500 projetos de assentamentos da reforma agraria da região.
Para viabilizar esse conjunto de propostas, os sindicatos de trabalhadores/as rurais a FATA, FECAT e FETAGRI já apresentaram vários projetos a instituições publicas e privadas e que estão em fase de analise pelas instituições.
Diante do exposto queremos deixar claro que não admitimos comportamentos levianos, oportunistas e irresponsáveis de pessoas que se dizem lideranças, mas não são capazes de analisar as consequências de suas ações e declarações. Incentivar a ocupação da área da FATA é trair a luta e as conquistas históricas do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da região é também tomar por assalto um patrimônio pertencente ao MSTTR - Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Sudeste Paraense.
As propostas que estão em curso para serem implementadas na área da FATA visam atender as demandas e os desafios das famílias que lutam pelo justo direito a terra, de permanecer dignamente no campo. Neste sentido qualquer decisão sobre o espaço da FATA será tomada como sempre de forma responsável e coletiva pelo conjunto dos sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais filiados a Fetagri – PA, na região do sudeste do Pará, que são os legítimos donos e representantes do espaço.
A FATA É UM PATRIMÔNIO DE TODOS OS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS QUE LUTAM POR SEUS DIREITOS, PORTANTO, TODOS NÓS TEMOS É QUE DEFENDÊ-LA!
Marabá, 03 de Setembro de 2013.
Fundação Agrária do Tocantins e Araguaia - FATA.
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Pará - FETAGRI.
e suas Regionais do sul e sudeste do Pará
As mais de 90 lideranças representando 26 sindicatos de trabalhadores/as rurais presentes na plenária Regional da Fetagri do Sul e Sudeste do Pará, realizada em Xinguara dias 29 e 30 de Agosto de 2013.
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