Damião Solidade
dos Santos[*]
Apresentamos as
principais informações sobre os primeiros habitantes do município de Marabá, a
partir de informações obtidas no livro História de Marabá de Maria Virgínia Bastos
Mattos, publicado em 1996.
Semelhante ao processo
de habitação e colonização do Brasil (descobrimento ou invasão?) os índios são considerados os primeiros
habitantes. Da mesma forma, também foram os indígenas os pioneiros da região de
Marabá, mesmo antes de Carlos Gomes Leitão e Francisco Coelho da Silva (pessoas
tidas como as principais fundadoras de Marabá).
O Coronel Carlos Gomes
Leitão, vindo de Tocantinópolis – TO, entre 1894 e 1895, instalou o Burgo Agrícola Itacaiúnas, com apoio de
100 (cem) pessoas inicialmente nas proximidades do rio Itacaiúnas, numa área
denominada “Quidangues”, posteriormente devido febres (malária) que acometiam
as pessoas tiveram que se mudar para as margens do rio Tocantins.
Vimos que depois dos
índios, os primeiros habitantes, são os/as
agricultores/as liderados/as por um “coronel” que inicialmente desenvolvem
agricultura e depois criação de gado em campos naturais, que pelo fracasso da
colônia agrícola, passam para o extrativismo do caucho (Castilha elástica) e sucessivamente pela castanha do Pará (Bertholetia excelsa),
consideradas as primeiras riquezas (atividades econômicas) de Marabá.
Atraídos pela
exploração do caucho vieram várias pessoas dos estados do Maranhão, Goiás,
Piauí, Ceará e outros. Originando no meio da população “os comerciantes”, que fizeram surgir o povoado de Marabá, em 7 de junho de 1898, sob a liderança do
maranhense de Grajaú Francisco Coelho da Silva “Chico”.
A articulação política
de comerciantes, políticos e intelectuais desencadeia uma organização para a
emancipação política administrativa da localidade transformando em cidade e
município, ato ocorrido em 05 de abril
de 1913. Data de maior referência e comemoração, que no presente momento
celebra seu primeiro centenário.
Atualmente os índios
vivem nas “Reservas Indígenas”, mantém várias relações com a população urbana.
Por exemplo: os índios Gavião, situado às margens da rodovia BR 222, as suas
moradias não são mais as tradicionais “ocas”, tem escola, campo e time de futebol
profissional, desenvolvem plantações agrícolas e recebem ajuda de custo
(dinheiro). O referido apoio financeiro é dado através da mineradora Vale, em
decorrência da Estrada de Ferro Carajás passar por dentro da área indígena e
pela Eletronorte que tem o “linhão” de energia elétrica oriundo da Hidrelétrica
de Tucuruí. Elegeram pela primeira vez um vereador.
Os/as agricultores/as e
os/as comerciantes presentes desde a fundação de Marabá existem até hoje,
evoluíram e diversificaram suas atividades. Ao longo do desenvolvimento da
cidade e do campo. Surgiu o que podemos chamar de profissões ou grupos sociais,
são: os/as castanheiros/as, as lavandeiras, os/as pescadores/as, os/as
barqueiros/as e canoeiros/as, os garimpeiros de diamante e depois de ouro, oleiros/as,
os/as comerciários/as, empresários/as, os/as ambulantes, os/as bancários/as, metalúrgicos/as,
os garis, os pedreiros/as, carpinteiros, os/as motoristas e outros/as. Deve ter
ficado de fora pouca gente! O nosso espaço aqui é limitado, fica a sugestão de
uma pesquisa para estudar o papel dos referidos grupos sociais na construção do
município envolvendo campo e cidade.
Referências
MATTOS,
M. V. B. História de Marabá. Marabá
- PA: Grafil, 1996.
Publicado
no Jornal Opinião, Marabá– Pará, 2 e 3 de abril de 2013, Edição: 2309, p. 2.
[*] Professor na Rede da Secretaria
Municipal de Educação de Marabá (SEMED) e Extensionista Rural da Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-PARÁ). dsolidade@bol.com.br
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