Conferencista, Walisson Maurício representante do MEC |
Já se encontra em
Marabá desde o final desta manhã, o Coordenador Geral de Apoio à Gestão
Democrática, Assistência e Acompanhamento aos Sistemas de Ensino do MEC
(Ministério da Educação), Walisson Maurício de Pinho Araújo. Ele é um dos
palestrantes da 4ª Conferência Municipal de Educação, com início neste dia 20
de junho na Câmara Municipal de Marabá.
A equipe da Semed
(Secretaria Municipal de Educação) esteve no aeroporto onde recepcionou o
coordenador. Na ocasião, Walisson Maurício concedeu uma entrevista ao Núcleo de
Comunicação da semed. A ele foram submetidas às seguintes questões:
NC: Sabemos que em vários municípios já houve a
realização de conferências nos moldes da que se inicia amanhã em Marabá! Você
considera que as administrações municipais vêm amadurecendo no sentido de
pensar a educação coletivamente com os setores sociais, universidades e demais
parceiros?
WM: ”Não resta dúvida que muitos
avanços podem ser observados e estamos no mais longo período democrático, o que
é fundamental para a consolidação de uma nova cultura política, de participaçao
social na definição dos rumos do país, do estado, do município. O federalismo
de cooperação, a autonomia real dos municípios e a garantia de uma educação de
qualidade socialmente referenciada se entrecruzam e exigem espaços fortes,
vivos e democráticos de participação e deliberação. A construção do Sistema
Nacional de Educação (tarefa cuja mediação encontra na criação da SASE —
Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino, sob responsabilidade do
ex—governador do Acre, Binho Marques, uma importante resposta) necessita de
diálogos e de busca de consensos que precisam ser efetivados com uma ampla
participação social, com os mais diversos atores e instituições. As
conferências, os fóruns de educação, os conselhos, as IES, os sindicatos, o
movimento estudantil precisam estar fortes, juntos e, portanto, ganha a
administração municipal que se dispõe ao diálogo e, em particular, viabiliza a
Conferência Municipal”.
NC: Como a participação popular no debate que o MEC
constrói baseado na CONAE pode ajudar na solução de problemas como o transporte
escolar no ensino do Campo por exemplo, tema que hoje, configura um grande
desafio para a gestão dos município da região?
WM: “Ninguém melhor do que aquele
sujeito titular do direito, negado ou inviabilizado, para expressar as reais
necessidades e se dispor a construir soluções conjuntas. Não é crivel que, de
maneira mais sustentável e "com força de lei" , os municípios não
viabilizem de forma conjunta o transporte daquele estudante de um canto a outro
se a solução é a mais racional, econômica. Da mesma forma na relação estado_município.
O menino não pode ficar no meio da estrada (entre o estado e o municipio etc)
pela inexistência de um conjunto orgânico de formas de colaboração. A
cooperação federativa é central e é por esta razão que a CONAE foca a
regulamentação da cooperação e o Plano. Também o plano, a partir do qual as
gestões se organizam, devem olhar o titular do direito no território. A Mãe, o
pai, quer o filho na escola, com qualidade, sem descontinuidades e não
interessa a ele o jogo de empurra, se o menino é municipal, estadual ou
federal. Cooperação federativa, maior entrosamento entre os entes, certamente
assegurará a todos uma boa educação e os meios para que ela se realize”.
NC: Marabá polariza hoje uma grande região, que
mantém a bandeira de luta pela criação do futuro estado de Carajás. A
expectativa é de que em breve, obras como a Hidrovia Araguaia-Tocantins e a
Hidrelétrica de Marabá estejam funcionando. Como o MEC se articula no ensino
técnico e superior voltados para as áreas de Mineração e geração de energia,
vocações regionais?
WM: Debate sobre autonomia e
autodeterminaçao territorial "a parte" (não tenho conhecimento
aprofundado sobre o tema), a SASE vem construindo em parceria com o estado e os
municipios da Região de Belo Monte uma estratégia de planejamento articulado e
integrado que passa pela educação profissional e tecnológica e as demandas do
mundo do trabalho e as vocações próprias da região (fundamental também no
PRONATEC), também na perspectiva da mitigação dos impactos e com um profundo
respeito às identidadea próprias da região, tentando ordenar bem a demanda e
criar condições de atendimento, com muito diálogo. Também instituiu, por
portaria ministerial, um grupo para estudar e propor medidas focadas em
territórios de cooperação educacional, com a participação do Consed, Undime,
FNCE, UNCME, secretarias e autarquias do MEC e especialistas convidados. Temos
a expectativa que o grupo contribua para construção de mecanismos que estimulem
ações articuladas em territórios, potencializando resultados em educação, de
forma sustentável e articulada.
Foto e reportagem: André Vianello
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